Após receber a localização, condutor insinuou no chat que poderia ser roubado. Ele ainda cancelou a viagem quando viu passageiro pessoalmente
A justiça condenou a 99 Pop, empresa de mobilidade urbana, a pagar R$ 10 mil em indenização para um estudante universitário, de 27 anos, por racismo e discriminação em Anápolis, a cerca de 60 km de Goiânia. Na ocasião, o estudante foi discriminado por um motorista da plataforma.
Na ação consta que o jovem, morador do Residencial Copacabana, provou que o motorista do aplicativo recusou a levá-lo para a faculdade por conta do bairro e por ele ser negro. No processo, os advogados da vítima anexaram prints mostrando que o condutor, após receber a localização do passageiro, insinuou no chat que poderia ser roubado. O motorista ainda cancelou a viagem quando chegou no local e viu o rapaz pessoalmente.
A juíza Luciana de Araújo Camapum Ribeiro assinou a decisão de indenização no último dia 23 de setembro. Nos autos ela afirmou que “mesmo que o motorista desconfiasse de qualquer conduta, deveria somente cancelar a viagem e não agredir moralmente o solicitante”.
Nos autos, a 99 afirmou que não possui vínculos com o condutor, argumento não aceito por Luciana na decisão. “Entendo que a ré deve responder pelos atos de seus motoristas, sobretudo por se tratar de responsabilidade objetiva, exige-se, apenas, a comprovação do dano experimentado e nexo com a prestação do serviço colocado à disposição no mercado de consumo”, diz.
O Mais Goiás entrou em contato com a 99. A empresa disse que irá se manifestar após receber a notificação da Justiça.
por Mais Goiás – imagem: divulgação
