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Justiça mantém prisão de ginecologista suspeito de abusos a mais de 50 mulheres

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Após audiência na tarde desta sexta, médico teve a prisão mantida pela Justiça. Mais de 50 mulheres já denunciaram o ginecologista

 

 

A Justiça manteve a prisão do médico ginecologista e obstetra Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, suspeito de crimes sexuais contra pacientes, como violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. O ginecologista passou por uma audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (8 de outubro), após ter sido preso novamente nesta manhã, em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana.

 

Conforme decisão do juiz Marcos Boechat Lopes Filho, o Ministério Público de Goiás (MPGO) pediu a manutenção da prisão preventiva do investigado, ao tempo que a defesa pleiteou da revogação da medida. Por fim, o magistrado decidiu pela manutenção da prisão preventiva do profissional de medicina.

 

De acordo com a Polícia Civil, Nicodemos foi alvo de um novo mandado de prisão preventiva expedido pelo juízo criminal da comarca de Abadiânia, onde um novo inquérito policial foi instaurado após quatro vítimas declararem que também foram abusadas pelo médico.

 

O médico também tinha sido preso na semana passada, em Anápolis. Mais de 50 mulheres procuraram a Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher do município e formalizaram denúncia de algum tipo de abuso sexual contra Nicodemos.

 

Na semana passada, o médico já havia passado por audiência de custódia, em que também foi mantida a prisão dele, no entanto, após recurso da defesa, o ginecologista e obstetra foi solto na última segunda (4 de outubro).

 

Nicodemos chegou a ficar preso preventivamente durante cinco dias, por suspeita de abusar de três mulheres em uma clínica de Anápolis. Ele estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.


Nova prisão
As novas denúncias que levaram à segunda prisão do ginecologista Nicodemos Junior Estanislau Morais são de abusos sexuais que teriam ocorrido em uma clínica de Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal, a 90 quilômetros de Goiânia. A cidade é conhecida por ter sido cenário de abusos sexuais do ex-médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus.

 

Quatro pacientes de diferentes cidades denunciaram que foram abusadas sexualmente por Nicodemos, em Abadiânia. Elas estão entre as mais de 50 mulheres que procuraram Polícia Civil depois de saber da primeira prisão do médico, em 29 de setembro.

 

Apelo

Em forma de apelo, a promotora de Justiça Camila Fernandes Mendonça, do Ministério Público de Goiás (MPGO), pediu, nesta quinta-feira (7 de outubro), que o Poder Judiciário tenha sensibilidade ao olhar para as vítimas do médico,  suspeito de violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.

 

“É muito importante que essas vítimas sejam acolhidas e ouvidas. O Poder Judiciário precisa ter essa sensibilidade de olhar mais para as vítimas e não só para o réu. É isso que tento demonstrar no recurso para tentar restabelecer a prisão dele [o médico]”, disse a promotora ao Metrópoles.

 

Camila Mendonça é responsável pelo recurso contra a decisão que concedeu a liberdade provisória ao ginecologista. De acordo com a promotora, com a soltura do suspeito, as vítimas estão temerosas em fazer novas queixas.

 

Segundo Camila, a soltura do suspeito foi um “desalento”. “Ele [Nicodemos] utilizava de momentos de vulnerabilidade das vítimas e as fazia acreditarem que a conduta dele era parte do tratamento – e não era. Muitas delas só descobriram que foram abusadas após ver o relato de outras vítimas, por isso é tão importante que elas sejam acolhidas. Isso pode possibilitar novas denúncias”, reforçou ela.

 

Condenação e denúncias
O ginecologista tem uma condenação em primeira instância de dezembro de 2020 por importunação sexual. Segundo a vítima, o profissional colocou o dedo em suas partes íntimas, encostando nela por trás, durante um exame, em uma clínica do Samambaia (DF).

 

A operação da Delegacia da Mulher de Anápolis foi baseada no caso de três pacientes da cidade goiana que o denunciaram. Uma pessoa do Paraná chegou a denunciá-lo anteriormente, mas o caso acabou arquivado.

 

De acordo com depoimentos, o médico tentava estimular sexualmente as pacientes durante procedimentos médicos, enviava mensagens e fazia comentários de conteúdo sexual. Ele também teria oferecido cirurgia em troca de sexo.

 

A defesa do ginecologista tem dito que as denúncias feitas contra o profissional têm relação com o “simples exercício profissional”. “O médico em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”, diz nota assinada pelo advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins.

Por Metrópoles – foto: divulgação

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