Close

Porcos podem transmitir superbactérias para seres humanos, revela estudo

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin

Preocupação seria decorrente do uso excessivo de agrotóxicos

Cientistas descobriram evidências de que algumas versões de superbactérias podem se espalhar de porcos para humanos. A descoberta reforça os temores de que o uso intensivo de antibióticos em fazendas esteja levando à disseminação de micróbios resistentes a eles.

Os pesquisadores centraram o estudo na superbactéria Clostridioides difficile, que é considerada uma das maiores ameaças de resistência a antibióticos do mundo.

Semeh Bejaoui e Dorte Frees, da Universidade de Copenhagen, e Soren Persson, do Statens Serum Institute da Dinamarca, autores do estudo, apresentaram o material no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, em Lisboa, nesse domingo (24 de abril). 

— A nossa descoberta indica que o C difficile é um reservatório de genes de resistência antimicrobiana que podem ser trocados entre animais e humanos. Esta descoberta alarmante sugere que a resistência aos antibióticos pode se espalhar mais amplamente do que se pensava anteriormente e confirma os elos na cadeia de resistência que leva de animais de fazenda a humanos — disse Bejaoui ao “The Guardian”.

O Clostridioides difficile infecta o intestino humano e é resistente a quase todos os antibióticos em uso atualmente — com a exceção de três deles. Algumas cepas contêm genes que lhes permitem produzir toxinas que podem desencadear inflamação intestinal e diarreia, com risco de morte para idosos e pacientes hospitalizados..

A bactéria já é considerada uma das maiores ameaças de resistência a antibióticos em países desenvolvidos. Somente nos EUA, causou cerca de 223.900 infecções e 12.800 mortes em 2017, custando ao sistema de saúde mais de US$ 1 bilhão.

Médicos e cientistas alertam há anos que a prescrição excessiva de antibióticos para queixas triviais ou infecções causadas por vírus que não respondem a antibióticos ameaça “espalhar” a resistência a essa classe de medicamentos, extremamente importante para os humanos.

Além disso, eles enfatizaram que o problema está sendo intensificado pelo uso generalizado de antibióticos nas fazendas, onde são administrados aos animais, como suínos e aves, mas também ao gado, devido às condições precárias nos locais, situação que propicia a contaminação.

O resultado desses processos foi um rápido aumento da resistência antimicrobiana em todo o mundo. Antibióticos antes eficazes agora são menos capazes de combater infecções comuns, o que caracteriza um perigo para a saúde global.

— A resistência antimicrobiana está aumentando na Europa e em outras partes do mundo. Estamos perdendo nossos antimicrobianos de primeira linha. Os tratamentos de substituição são mais caros, mais tóxicos, precisam de tempos de tratamento muito mais longos e podem exigir tratamento em unidades de terapia intensiva — resumiu Margaret Chan, ex-diretora geral da Organização Mundial da Saúde.

Estima-se que cerca de 750 mil pessoas morram todos os anos de infecções resistentes a medicamentos, e teme-se que, em 2050, esse número possa chegar a 10 milhões, custando mais de US$ 100 trilhões aos serviços de saúde globais, segundo a União Internacional para o Controle do Câncer.

Esses temores levaram à pressão sobre médicos, para reduzirem a prescrição de antibióticos e, assim, retardar o aumento da resistência antimicrobiana. No entanto, as autoridades médicas apontaram que dois terços dos antibióticos não são usados em humanos, mas são administrados como aditivos agrícolas, a fim de evitar doenças e infecções em animais que estão sendo mantidos em condições que, de outra forma, causariam doenças.

Por AgenciaOG – foto: reprodução 

admin

admin

Escreva o seu comentário!

Sobre Mim

Clique no botão de edição para alterar esse texto. Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Novas Postagens

Siga nós